Nas próximas semanas, o Google vai lançar um novo formato publicitário de AdWords que permite que usuários entrem em contato com as empresas no exato momento em que eles buscam algum tipo de serviço ou produto.
Para isso, bastará que o anunciante configure o recurso de “extensão de mensagens”, e, de imediato, abrirão um canal de relacionamento com os usuários de forma simples e rápida, através de SMS. O formato tem enorme potencial para aumentar as conversões.
Como funciona o novo formato?
Simples. Continua quase tudo igual no formato de links patrocinados: o usuário faz uma busca qualquer e o Google apresenta os resultados da busca, com os links patrocinados. Além do anúncio de AdWords conter o link para o site da empresa e opção de contato telefônico – formato já existente nos links patrocinados -, os anúncios mostrarão um novo ícone (isso, claro, para as empresas que ativarem esse recurso). Ao clicar sobre ele, o aplicativo padrão de SMS do telefone do usuário se abre, já contendo uma mensagem pré-formatada pelo anunciante – embora o usuário possa alterar a mensagens e ser mais específica em sua solicitação.
Tão fácil que a imagem abaixo resume bem como funciona o formato de click-to-message:
Por exemplo, você é dono de um hotel em São Paulo. Você ativa o recurso de extensão de mensagem e pré-programa uma mensagem automática de texto para o seu anúncio. Assim, quando alguém estiver buscando “hotéis em São Paulo” e seu anúncio aparecer, ao clicar no ícone, o usuário já está a um clique de enviar uma mensagem de SMS para o seu estabelcimento com a mensagem que você estabeleceu para aquele anúncio, por exemplo: “Tenho interesse em fazer uma reserva. Por favor, me envie um SMS de volta com maiores informações.”
Daí para frente você tem muito mais chances de entrar em contato com o usuário, enviar as informações ou fazer uma oferta especial.
E quanto a mais isso custará aos anunciantes?
Nada, segundo o Google. A cobrança será CPC, feita sobre o clique, da mesma forma que seria cobrado o clique no texto do anúncio convencional.
Parece promissor, não? E de fato me parece que é.
Segundo dados da própria empresa, quase 2/3 dos proprietários de smartphone usam ferramentas de messaging pelo menos 5 vezes por dia para se comunicar com outras pessoas. Mas mais do que falar com o seus amigos, dados da mesma pesquisa realizada pelo Google dão conta que 65% dos consumidores consideram usar aplicativos de mensagens para se conectar com empresas para receber informações sobre produtos e serviços.
Por ora, a ferramenta de contato será o bom e velho SMS. Entretanto, me parece um tanto óbvio que a tendência natural seja o desenvolvimento de uma ferramenta de messaging mais elaborada que o SMS, ou seja, que conecte o usuário e a empresa em tempo real, mostrando, por exemplo, que a empresa está online, que a mensagem foi recebida e que algum atendimento está digitando uma reposta. Usando SMS isso não é possível.
Mais provável é que, embora o formato de click-to-message já venha sido testado por algumas empresas ao longo dos últimos meses, o Google tenha colocado seu MVP (Minimum Viable Product) para rodar e, com o tempo, aplicará as melhorias necessárias com o “barco na água”.
Além disso, outra possibilidade de desenvolvimento é que, em um futuro próximo, os ChatBots façam todo atendimento, sem necessidade de os anunciantes alocarem pessoas para fazer a interação – e tampouco isso representa algum problema. Em se tratando de ChatBots, o Facebook Messenger saiu na frente, já tendo em seu portfólio alguns cases bem interessantes, como o realizado com a KLM. Aqui no Brasil, o SBT lançou recentemente um Bot para interagir com o público.
Não muito tempo atrás, o Facebook anunciou que abriria sua plataforma de messaging para desenvolvedores, com a clara intenção de tornar o Facebook Messenger uma plataforma completa para empresas, seja para relacionamento ou mesmo para e-commerce, envolvendo também ChatBots. Sobre isso, já escrevemos o artigo que segue abaixo e que tem mais informações sobre o assunto.
Facebook Bots: a próxima revolução do digital?
Se repararmos bem, muda-se a forma de se relacionar com o cliente mas o princípio do ChatBots do Facebook e essa iniciativa do Google é o mesmo: captar o usuário na hora em que ele está buscando efetivamente um produto e serviço e começar uma conversa no sentido de atende-lo em tempo real, aumentando e muito as possibilidades de conversão.
Olhando os dois formatos de canais de relacionamento do Facebook Messenger e, agora, o formato que o Google disponibilizará, me parece óbvio que eles competem entre si e vão brigar para se consolidarem como a melhor plataforma para conectar marcas e consumidores em tempo real.
Além dos ChatBots, apenas alguns dias após o Google ter anunciado o seu novo formato de click-to-message, o Facebook lançou uma nova funcionalidade em sua plataforma, o Facebook Recomendation: além de oferecer botões call-to-action para conectar consumidores às marcas, agora usuários terão mais recursos para trocar informações e dicas sobre como descobrir novos eventos, coisas para se fazer e dicas de lazer nas cidades, no seu dia-a-dia.
A promessa do Facebook é que receber recomendações é tão fácil como postar uma atualização qualquer em sua timeline.
O próprio sistema vai analisar as palavras que você usou para ativar o recurso de recomendação. Por exemplo, um post com “Eu estou procurando restaurantes em São Paulo” vai servir como gatilho para que você receba recomendações. Feito isso, todos os seus amigos podem sugerir suas respectivas recomendações. Caso a recomendação das pessoas considere algum dos 60 milhões de estabelecimentos cadastrados no Facebook, o sistema vai automaticamente incluir as páginas nos comentários da recomendação.
Se você está curioso, o look n’ feel da funcionalidade é como abaixo:
Apesar do Facebook ter inegavelmente saído na frente quando o assunto é Bots e ter lançado uma nova funcionalidade quase que imediatamente o Google anunciar o formato novo de ads, em se tratando de Branding e conversão, o Google tem a força do seu buscador por trás.
Em termos de receita de publicidade, os dois gigantes já recebem cerca de 76% de toda verba do digital nos EUA, mas a verdade é que o Google fatura uma fatia muito maior do bolo em relação ao Facebook.
Uma razão óbvia é que a ferramenta de busca é extremamente assertiva, porque é uma resposta direta a uma requisição direta do usuário.
Agora, claramente Google e Facebook disputam a melhor forma de conectar os usuários a estabelecimentos apresentando funcionalidades bem interessantes.
Outro ponto a se destacar é que o formato de click-to-message é totalmente focado em mobile. Afinal, como a mensagem depende de SMS, o anúncio será veiculado apenas em aparelhos capazes de enviar mensagens de texto. Significa também que o anunciante terá de possuir um número de telefone e estar preparado para receber e responder as mensagens.
Ainda não tenho nenhuma previsão de quando o novo formato deve chegar por aqui, mas não há motivos para tarde muito após seu lançamento lá fora.
Agora, resta esperar para testar e ver como este incremento no AdWords vai ajudar na conversão dos anunciantes.
Particularmente, eu acredito que o segmento de serviços deva ser o mais beneficiado. Por isso, se você já investe em links ou atua na área de serviços, recomendo ficar de olho no lançamento do formato. Vai que você perde o bonde e seu concorrente não. Nesse caso, imagine que ele pode captar aquele que seria um potencial cliente seu, justamente no momento em que o consumidor está mais suscetível para comprar.
o símio pretensioso by Natri 